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“No Music for Genocide”: mais de 400 artistas bloqueiam músicas em Israel em protesto contra guerra em Gaza

Iniciativa cultural global usa geo-bloqueio em plataformas digitais como ferramenta inédita de boicote

Grian Chatten, de Fontaines DC, se apresenta em 2024.
CRÉDITO: Ole Hagen/Redferns/Getty

Mais de 400 artistas ao redor do mundo decidiram retirar ou geo-bloquear suas músicas em Israel como forma de protesto contra o que chamam de genocídio em Gaza, a limpeza étnica na Cisjordânia e o regime de apartheid dentro do país. A mobilização faz parte do movimento No Music for Genocide, que convoca músicos de diferentes estilos a aderirem a um boicote cultural direto através do streaming.



O Massive Attack foi o nome de maior peso a se juntar à causa, tornando-se o primeiro grupo de uma major (Universal Music Group) a anunciar a retirada pública de seu catálogo do Spotify na região. A lista inclui também Faye Webster, Arca, Japanese Breakfast, MIKE, King Krule, Fontaines D.C., Rina Sawayama, Aminé, Kelela, Amyl and the Sniffers, MJ Lenderman, Kneecap, Mannequin Pussy e até a veterana Carole King.


Segundo os organizadores, trata-se de “um boicote cultural pedindo aos artistas que removam sua música das plataformas de streaming em Israel”. Qualquer músico pode participar entrando em contato pelo site oficial nomusicforgenocide.net.


No Music for Genocide (Foto: Divulgação)
No Music for Genocide (Foto: Divulgação)

O movimento cresce em sintonia com outras frentes culturais: mais de 4.000 cineastas já assinaram carta comprometendo-se a não colaborar com instituições israelenses consideradas “cúmplices de genocídio”. Paralelamente, atores como Brad Pitt e Joaquin Phoenix produzem o longa The Voice of Hind Rajab, centrado na guerra em Gaza.



A adesão atravessa gêneros como indie rock, hip-hop, eletrônica, folk e pop alternativo, além de reunir artistas de países como Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Austrália. No Brasil, interessados também podem participar seguindo as instruções disponíveis no site do movimento.


Com raízes no histórico movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), criado em 2005 por Omar Barghouti, a campanha traz uma novidade: o uso de recursos de geo-bloqueio digital para limitar o acesso às músicas especificamente em Israel, estratégia que amplia as ferramentas de pressão cultural em tempos de conectividade global.

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