“No Music for Genocide”: mais de 400 artistas bloqueiam músicas em Israel em protesto contra guerra em Gaza
- Marcello Almeida
- há 3 dias
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Iniciativa cultural global usa geo-bloqueio em plataformas digitais como ferramenta inédita de boicote

Mais de 400 artistas ao redor do mundo decidiram retirar ou geo-bloquear suas músicas em Israel como forma de protesto contra o que chamam de genocídio em Gaza, a limpeza étnica na Cisjordânia e o regime de apartheid dentro do país. A mobilização faz parte do movimento No Music for Genocide, que convoca músicos de diferentes estilos a aderirem a um boicote cultural direto através do streaming.
O Massive Attack foi o nome de maior peso a se juntar à causa, tornando-se o primeiro grupo de uma major (Universal Music Group) a anunciar a retirada pública de seu catálogo do Spotify na região. A lista inclui também Faye Webster, Arca, Japanese Breakfast, MIKE, King Krule, Fontaines D.C., Rina Sawayama, Aminé, Kelela, Amyl and the Sniffers, MJ Lenderman, Kneecap, Mannequin Pussy e até a veterana Carole King.
Segundo os organizadores, trata-se de “um boicote cultural pedindo aos artistas que removam sua música das plataformas de streaming em Israel”. Qualquer músico pode participar entrando em contato pelo site oficial nomusicforgenocide.net.

O movimento cresce em sintonia com outras frentes culturais: mais de 4.000 cineastas já assinaram carta comprometendo-se a não colaborar com instituições israelenses consideradas “cúmplices de genocídio”. Paralelamente, atores como Brad Pitt e Joaquin Phoenix produzem o longa The Voice of Hind Rajab, centrado na guerra em Gaza.
A adesão atravessa gêneros como indie rock, hip-hop, eletrônica, folk e pop alternativo, além de reunir artistas de países como Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Austrália. No Brasil, interessados também podem participar seguindo as instruções disponíveis no site do movimento.
Com raízes no histórico movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), criado em 2005 por Omar Barghouti, a campanha traz uma novidade: o uso de recursos de geo-bloqueio digital para limitar o acesso às músicas especificamente em Israel, estratégia que amplia as ferramentas de pressão cultural em tempos de conectividade global.