Pereio lutava contra uma doença hepática avançada e foi levado à instituição durante a madrugada em estado grave
Neste domingo (12), o cenário artístico brasileiro lamenta a perda do talentoso ator Paulo César Pereio, aos 83 anos. O Hospital Casa São Bernardo, onde estava internado, confirmou seu falecimento ao portal de notícias G1. Pereio lutava contra uma doença hepática avançada e foi levado à instituição durante a madrugada em estado grave.
Reconhecido por sua voz marcante, amplamente utilizada na publicidade brasileira, Pereio deixou uma marca indelével no cinema nacional entre as décadas de 1960 e 1980. Sua estreia nas telonas ocorreu em 1964 com "Os Fuzis", de Ruy Guerra, e alcançou o ápice em 1975 ao conquistar o Kikito de Ouro no Festival de Gramado por "As Aventuras Amorosas de um Padeiro".
Impulsionado pelo movimento do cinema novo, Pereio participou de mais de 60 produções cinematográficas ao longo de sua carreira. Seus papéis marcantes incluem filmes como "A Lira do Delírio", de Walter Lima Júnior; "Chuvas de Verão", de Cacá Diegues; "Bang Bang", de Andrea Tonacci; "Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia", de Hector Babenco; "Rio Babilônia", de Neville de Almeida; e "Toda Nudez Será Castigada", de Arnaldo Jabor.
Além do cinema, o legado de Pereio se estendeu à televisão, com participações memoráveis em novelas como "Roque Santeiro", "Anos Dourados" e "A Viagem", bem como nas séries "Carga Pesada" e "Magnífica 70" nos anos 2000 e 2010.
No teatro, Paulo César Pereio deixou sua marca em montagens de clássicos como "Esperando Godot", em 1958, e "Roda Viva", em 1968.
Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, Pereio encontrava inspiração nos trabalhos de Humphrey Bogart e vivia uma vida marcada por impulsos. Uma de suas últimas decisões notáveis foi mudar-se de sua cobertura em São Paulo para o Rio de Janeiro há três anos, onde passou a residir no Retiro dos Artistas, ainda no início da pandemia de Covid-19.
O ator foi casado duas vezes, primeiro com Neila Tavares nos anos 1970, e posteriormente com Cissa Guimarães, entre 1975 e 1990, com quem teve três filhos.
A partida de Paulo César Pereio deixa uma lacuna no coração dos admiradores do cinema e das artes cênicas, mas seu legado viverá através de suas inesquecíveis performances e contribuições para a cultura brasileira.
Комментарии