Lobão compara Heavy Metal ao sertanejo e diz que o gênero perdeu “a essência negra”
- Marcello Almeida
- há 4 dias
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Entre o deboche e a análise, Lobão voltou a cutucar o vespeiro — e o alvo da vez foi o Heavy Metal

Em uma de suas declarações mais recentes, o músico Lobão, de 67 anos, voltou a provocar o debate na cena musical. Durante participação no programa Benja Me Mucho, apresentado por Benjamin Back e disponível no YouTube, o cantor comparou o Heavy Metal ao sertanejo, levantando uma discussão sobre as origens e transformações do gênero.
Em uma prévia divulgada no Instagram, em publicação colaborativa entre os perfis de Lobão, do programa e do apresentador, o artista expôs sua opinião sem filtros:
“Heavy Metal é como se fosse Sertanejo para mim. O Metal é uma degenerescência porque quando ele vem, ele perde toda a essência negra. Ele vira uma coisa nórdica. O primeiro eflúvio disso foi ‘Immigrant Song’, do Led Zeppelin, que fez a música para o pessoal lá da Suécia ou Noruega, não sei. O que eu acho ótimo.
Agora, todo o caldo do Hard Rock tem Blues. O Blues negro está no Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin, Free, Cactus, Mountain e Ten Years After. Você tem essa negritude, mas o metal se torna um som muito branco, nórdico, absolutamente desprovido de suíngue e negritude. Ele tem também uma fixação olímpica em ser rápido e ‘paudurescente’. Esse som é: ‘Tenho pau enorme’.”
A fala dividiu opiniões entre fãs e músicos, especialmente pela forma direta com que o cantor associou o metal a uma perda de “negritude” e “suingue”. Durante o programa, Benjamin Back perguntou se Lobão gostava do trabalho do Iron Maiden, e a resposta veio sem hesitação:
“Mas nem pensar! Imagina! O B.B. King falou uma vez pro Yngwie Malmsteen: ‘quando você achar a nota certa, você vai parar de ficar procurando’.”
O comentário arrancou risadas e fez o apresentador se levantar e sair de cena em tom de brincadeira.
Nas redes sociais, o trecho da entrevista rapidamente se espalhou, dividindo o público. Alguns internautas disseram entender o ponto levantado por Lobão; outros o acusaram de desmerecer o gênero. Entre os que concordaram com o músico está Kiko Loureiro, ex-guitarrista do Angra e do Megadeth, que comentou:
“Errado não está… só olhar de onde vem as principais bandas do estilo.”
Lobão, fiel ao seu estilo provocador, reacende um velho debate: até que ponto a técnica pode substituir a alma na música? E, mais uma vez, deixa o público dividido entre o riso e a reflexão.
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