Laura Veirs encontra maturidade, faz reflexões e mantém seu talento musical com “Found Light”
- Eduardo Salvalaio
- 13 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
Uma das características da artista é criar camadas vocais ou então, harmonizar texturas com ecos de vozes

Muito tempo passou desde que Laura Veirs surgiu com seus primeiros trabalhos ainda antes de 2000. A cantora de óculos, com trejeito nerd, tímida, que sempre optou por fugir dos burburinhos. Maturidade chegou e com isso, a ampliação da discografia (hoje com mais de 10 discos de estúdio). Ganhou notoriedade, tornou-se referência para a nova geração, colaborou com muitos grupos/artistas de peso a exemplo do dueto com Colin Meloy na linda canção ‘Yankee Bayonet (I Will Be Home Then)’, presente no disco “The Crane Wife” (2006) da banda The Decemberists.
Embora não tenha uma carreira toda perfeita, a cantora obteve na década de 2000 o auge de seus trabalhos. Álbuns como “Carbon Glacier” (2004), “Year Of Meteors" (2005) e “Saltbreakers” (2007) realmente representam o talento de Veirs tanto para cantar como para compor. Discos reconhecidos por fãs e críticos, indicados para quem deseja entrar no universo sonoro da cantora americana, bem permeado pelo Folk, Country e Pop-Rock. A cantora também passou por um divórcio e como toda questão de cunho pessoal em nossas vidas, isso sempre nos faz refletir mais.
Perto dos 50 anos de idade, o novo disco, “Found Light”, realça as letras, muitas delas bem sentimentais. Caso de ‘Autumn Song’, onde ela cita: “Well, summer has gone/ Well, summer has gone/ And The light grows long/And the lights grows long/I see a ladder and a door/I see a ladder and a door’.
A letra citada reflete não apenas a mudança de estação, como também, de forma metafórica, as mudanças que precisam ser tomadas em vida. Isso é uma constante no novo álbum. A cantora diz que é preciso seguir adiante e deixar que o tempo cuide das coisas, como fica também expresso no próprio título da faixa ‘Time Will Show You’.
O álbum segue por faixas prezando bastante o cenário acústico e introspectivo com destaque para as cordas, dando espaços para o lirismo de Veirs (‘Sword Song’, ‘Signal’ e ‘My Lantern’), entretanto, em algumas canções a bateria está mais fortificada e as guitarras surgem realçadas dentro de uma sonoridade mais vibrante, típica do Pop-Rock, caso de ‘Eucalyptus’ e ‘Seaside Haiku’.
Uma das características da artista é criar camadas vocais ou então, harmonizar texturas com ecos de vozes, como acontece em ‘Naked Hymn’ e ‘Autumn Song’. A ambientação sonora de ‘Komorebi’ chega com efeitos, sem a voz de Laura, de toda forma, se comporta especificamente como uma vinheta que funciona bem para o disco.
Laura Veirs vai chegando a mais uma década com seu talento intacto, mais reflexiva e amadurecida, tecendo os gêneros musicais que a consagraram através dos anos sem perder seu lado poético. Letras, arranjos e música para entreter e fazer refletir estão na pauta da cantora.

Found Light
Laura Veirs
Lançamento: 8 de julho de 2022
Gênero: Rock Alternativo, Folk Pop, Indie Pop
Ouça: "Autumn Song", "Eucalyptus" e "Naked Hymn"
Humor: Agridoce, Enigmático, Íntimo
NOTA DO CRÍTICO: 7,5
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