top of page

Kneecap se pronuncia após declaração de Sharon Osbourne: “Nosso compromisso é com o fim do genocídio”

Trio de hip-hop irlandês rebate críticas e reafirma apoio à Palestina em meio a censura e pressão por revogação de vistos

Mo Chara, do Kneecap, se apresenta ao vivo.
CRÉDITO: Joseph Okpako/Getty Images

Após causar burburinhos em suas apresentações no Coachella 2025 com mensagens políticas em apoio à Palestina, o grupo Kneecap quebrou o silêncio. Em entrevista à Rolling Stone, o trio de hip-hop da Irlanda do Norte defendeu suas performances e respondeu às críticas que pedem a revogação de seus vistos de trabalho nos EUA — entre elas, a de Sharon Osbourne.



Os shows do Kneecap no festival chamaram atenção por projeções com frases como “Foda-se Israel, Palestina Livre” e “Israel está cometendo genocídio contra o povo palestino”. O público também foi incentivado a entoar gritos de “Palestina livre, livre” durante a apresentação. As transmissões oficiais do Coachella cortaram parte dessas cenas e omitiram as mensagens exibidas no telão.


Segundo Mo Chara, integrante do grupo, a postura da banda não é nova:


“Falamos sobre a Palestina em todos os shows desde a formação da banda, muito antes de outubro de 2023, já que a opressão e a ocupação brutal da Palestina já duram 77 anos.”


Sobre a escolha de se posicionar no festival, ele afirma:


“Acreditamos que temos a obrigação de usar nossa plataforma quando possível para levantar a questão da Palestina, e era importante para nós falarmos no Coachella, já que os EUA são o principal financiador e fornecedor de armas para Israel enquanto eles cometem genocídio em Gaza.”


Durante a apresentação, Chara também afirmou:


“Como eu disse no palco: ‘O governo dos EUA pode impedir o genocídio amanhã’. É importante que os jovens americanos ouçam e saibam disso.”


CRÉDITO: ALERIE MACON/AFP via Getty Images
CRÉDITO: ALERIE MACON/AFP via Getty Images


Com a censura na primeira semana, o Kneecap decidiu transmitir sua própria apresentação no segundo fim de semana, com apoio do comentarista político Hasan Piker via Twitch. O grupo projetou novas mensagens no telão e reforçou seu posicionamento em falas diretas:


“Os palestinos não têm para onde ir, é a porra do lar deles e eles estão bombardeando-os dos céus… Se vocês não estão chamando isso de genocídio, do que diabos estão chamando?”


“Isso é algo que acontece em todos os nossos shows, da Espanha à Escócia, da Irlanda à Islândia, porque as pessoas sabem que o que está acontecendo é errado e ficam com raiva disso.”



“A multidão gritando ‘Palestina Livre’ no Coachella foi uma mensagem de solidariedade ao povo de Gaza, vinda de americanos comuns que querem ver o fim do genocídio, apesar de seu governo armar e financiar Israel.”


A reação mais intensa veio de Sharon Osbourne, que pediu a revogação dos vistos do trio e acusou a apresentação de “comprometer a integridade moral e espiritual” do festival. Em resposta, Chara ironizou:


“O discurso dela tem tantas falhas que mal justifica uma resposta, mas ela deveria ouvir ‘War Pigs’, que foi escrita pelo Black Sabbath.” A referência mira o vocalista da banda, Ozzy Osbourne, marido de Sharon.


O grupo também respondeu à BBC News:


“Declarações não são agressivas, mas assassinar 20.000 crianças é.”


Críticas adicionais vieram dos organizadores do Nova Music Festival — local atacado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Eles convidaram o trio a visitar a Nova Exhibition. Mo Chara respondeu destacando o outro lado da tragédia:


“Há mais de 10.000 palestinos mantidos reféns em prisões israelenses neste momento, muitos deles sem acusação ou julgamento, incluindo 400 crianças que estão sendo mantidas ilegalmente sob o direito internacional.”


“Como eu já disse, mais de 52.000 palestinos foram assassinados nos últimos 18 meses, e mais de 2 milhões foram deslocados em Gaza. Quem está falando das 30.000 crianças inocentes que foram assassinadas em Gaza nos últimos 18 meses?”


A posição do Kneecap segue firme:


“Nossa mensagem é sobre o fim do genocídio e da ocupação ilegal da Palestina. Queremos que as pessoas tomem todas as medidas possíveis para impedir o genocídio. As pessoas podem tirar o que quiserem da nossa música; impedir o genocídio é mais importante.”

Comments


bottom of page