Eduardo Salvalaio
- 28 de ago.
- 2 min de leitura

Katarina Nepomuk abraça o retrô e a modernidade da eletrônica no hipnotizante e relaxante Conscin

Katarina Nepomuk mostra potencial para a música que faz, olhando tanto para o passado como para o futuro

Katarina Nepomuk é uma cantora, compositora, multi-instrumentista, beatmaker e poetisa paraibana (de Campina Grande). Estudou violino e flauta doce na UFCG, além de participar de corais clássicos.

A artista começou sua carreira como intérprete em projetos musicais de outros artistas. Também foi integrante de algumas bandas dos mais variados gêneros como Blues, Jazz e Rock. Contribuiu com a faixa ‘Meu Lugar’ na coletânea “Music From Paraiba” (2014).

Participou de alguns projetos envolvendo música eletrônica, entre eles o 30dias30beats. Ela também se preocupa com trabalhos audiovisuais e tem muita ligação com videoclipes e trilhas sonoras de Cinema, sobretudo o paraibano.

Sua aproximação com a música autoral começou em 2008 quando lançou ‘A Valsa de Molly’, uma demo contendo 5 músicas. Em 2017 ela lançou um EP intitulado “Sentido Singular”. No início desse ano, foi a vez de chegar com “Serva”, um álbum contendo 12 canções. Inquieta, Katarina lança mais um disco agora em 2024.

“Conscin” chega abraçando fortemente a Eletrônica e algumas de suas variações. A artista flerta com gêneros como Lounge, Easy-Listening, Ambient Pop e Eletrônica Experimental. Um disco onde as inspirações e influências são várias e determinantes: Stereolab, Air, Brian Eno, Mort Garson, entre outros.

Nada de vocais, aqui o instrumental dita as regras criando paisagens hipnotizantes e relaxantes, como acontece com ‘Pensene’, ‘Recin’ e ‘Tritanatose’. Ecos do Kraut-Rock podem ser escutados em ‘Homopensense’. ‘Dimener’ traz uma batida arrastada e soa como uma faixa criada pensando no Trip-Hop.

‘Egopensene’ e ‘Holocarma’ remetem a trilha sonora de filmes antigos de Sci-Fi. ‘Primener’ pega carona na sonoridade eletrônica experimental e sofisticada de grupos como The Art Of Noise (e se sai muito bem).

Katarina Nepomuk mostra potencial para a música que faz, olhando tanto para o passado como para o futuro. Mais uma artista interessante dentro de um país gigante que ainda abriga muitos talentos.