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Foto do escritorMarcello Almeida

João Donato, ícone da MPB, morre aos 88 anos

O velório será nesta terça-feira (18) no Theatro Municipal, em horário a confirmar. O corpo será cremado na sequência no Memorial do Carmo.

Crédito: Ana Branco/Agência O Globo


Na madrugada desta segunda-feira (17), faleceu o pianista, compositor e arranjador João Donato, aos 88 anos. Reconhecido como um dos parceiros musicais mais importantes da bossa nova, tendo colaborado com artistas como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto, o talentoso multi-instrumentista se destacou pela sua inventividade ao mesclar diferentes gêneros musicais, como jazz, samba e ritmos caribenhos, de uma maneira única. Essa mistura irreverente foi a essência de obras que se tornaram ícones da MPB, como "A rã", "Nasci para bailar", "Amazonas", "Simples carinho" e "Até quem sabe".



O músico faleceu devido a complicações de saúde. Na semana passada, ele havia sido hospitalizado devido a uma infecção pulmonar, sendo internado em um hospital no Rio de Janeiro. A notícia da morte foi confirmada pela família de Donato.



Nascido em Rio Branco, capital do Acre, João Donato deu seus primeiros passos na música aos 5 anos, quando recebeu um acordeão de presente. Não demorou muito para ele se comportar como um veterano nos palcos. Aos 8 anos, compôs sua primeira música e, aos 12 anos, após sua família se mudar para o Rio de Janeiro, seguindo seu pai militar, ele decidiu embarcar em sua primeira aventura musical: inscrever-se no programa de Ary Barroso na Rádio Cruzeiro do Sul. Porém, as coisas não saíram como o esperado.


O músico costumava afirmar que o mundo era música. Tudo o que alcançava seus ouvidos era, essencialmente, uma sinfonia para seus sentidos. O zumbido de uma abelha era como uma melodia de chuva, o som da chuva era uma composição musical, a buzina de um caminhão era uma nota musical, as ondas do mar eram harmonias, as brincadeiras das crianças eram ritmos, os latidos dos cães eram melodias e até mesmo o balançar das bananeiras ao vento era uma canção. Para João Donato, tudo era música.


O velório será nesta terça-feira (18) no Theatro Municipal, em horário a confirmar. O corpo será cremado na sequência no Memorial do Carmo.



Em 2000, João Donato foi honrado com o Prêmio Shell de Música pelo conjunto de sua obra e também se apresentou com grande sucesso de público e crítica no Free Jazz Festival, realizado no Rio de Janeiro.


No ano de 2003, ele recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em reconhecimento ao seu talento. Em 2004, João Donato foi agraciado com o Prêmio Tim pelo disco "Emílio Santiago encontra João Donato".

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