Fiona Apple quebra silêncio com nova música sobre prisão preventiva de mulheres negras nos EUA
- Marcello Almeida
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Com sua voz frágil e firme, Fiona Apple mais uma vez escolhe não o silêncio, mas a denúncia

Fiona Apple está de volta — e, como sempre, com um propósito. Na última quarta-feira (7), a cantora e compositora norte-americana lançou “Pretrial (Let Her Go Home)”, seu primeiro single original em cinco anos. A faixa, intensa e profundamente engajada, denuncia os efeitos devastadores da prisão preventiva — especialmente para mães negras que permanecem atrás das grades simplesmente por não conseguirem pagar a fiança.
A música foi lançada em apoio ao movimento Free Black Mamas DMV, que atua para libertar mulheres negras mantidas em cárcere antes do julgamento. Fiona conheceu essa realidade de perto: nos últimos dois anos, atuou como observadora voluntária em tribunais e presenciou incontáveis casos de pessoas detidas, não por representarem ameaça, mas por serem pobres. (Via NME)
No novo single, Apple dá voz à dor de quem é arrancada de casa e dos filhos sem uma sentença sequer:
“Ela fez horas extras, ainda não conseguiu pagar a fiança / Sem perigo, sem perigo, mas ela vai ficar na prisão / Ela não foi condenada por nada / Você não vai deixá-la ir para casa? / Em casa ela tem dois filhos, e a avó precisa dos cuidados dela / Quem vai preparar o almoço e dar os remédios se ela não estiver lá?”
O lançamento vem acompanhado de um videoclipe com imagens reais de mulheres presas preventivamente e de famílias impactadas por um sistema penal que penaliza a pobreza.
Em comunicado à imprensa, Fiona foi direta:
“Repetidamente, ouvi pessoas sendo levadas e presas, sem outra razão além de não terem condições de comprar sua liberdade. Foi particularmente difícil ouvir mães e cuidadoras serem tiradas das pessoas que dependem delas.”
Mais do que uma música, Pretrial é um manifesto. E Fiona deixa claro o que espera provocar:
“Espero que esta música e as imagens compartilhadas comigo possam ajudar a mostrar o que está em jogo quando alguém é mantido em prisão preventiva.”
Com sua voz frágil e firme, Fiona Apple mais uma vez escolhe não o silêncio, mas a denúncia. Não o espetáculo, mas a empatia. E lembra que, na arte, também cabe justiça.
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