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Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores é um bom Shoot’Em’Up inserido num universo em preto e branco

O jogo nos transporta para um filme de Ficção Científica dos anos 50.

Foto: Divulgação


ATENÇÃO: Análise do jogo feita através da chave (cópia digital) gentilmente concedida por Isidoro B. Guggiana. Agradecemos a confiança no site.


Shoot’em’up nunca perde seu charme, tanto para os velhos fãs de carteirinha que enfrentavam filas nos fliperamas como para aquele jogador novato que deseja conhecer o gênero. O desafio e o prazer de terminar algum jogo de navinha (como muitos carinhosamente apelidaram) sempre foi algo triunfante.


Por mais que alguns títulos sejam cópias de outros e geralmente possuem mecânicas repetidas, o jogador sempre contará com alguma novidade do gênero no mercado. Então, é preciso algo novo ou inserido num estilo visual atraente e/ou inusitado para que esse jogo chegue com um diferencial a mais. Talvez por conta disso que Cuphead (2017) vendeu muitas cópias. Um Shoot’Em’Up perfeito dentro de cenários que resgatavam animações retrôs.



Nesse mesmo pensamento retrô, chega Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores. Aqui, o jogador vivencia um mundo que fez pacto com os extraterrestres para obtenção de recursos, porém o acordo foi um engano e agora os alienígenas desejam dominar a humanidade. Para isso, a tenente Kaya precisa liderar sua equipe de pilotos para uma rebelião que lutará contra os inimigos liderados pelo diretor Zarog em 11 níveis desafiadores.



O projeto foi criado pelo estúdio de jogos Loomiarts situado em São Leopoldo (RS) em parceria com a produtora cinematográfica Fehorama (de Porto Alegre, RS). E isso não para apenas na ideia de um jogo. Também vai receber filme no dia Primeiro de Novembro de 2023, inclusive com a equipe e o elenco debatendo sobre o projeto. A distribuição mundial do jogo ficou a cargo da chinesa WhisperGames e da alemã Assemble Entertainment.


Tudo bem se você não faz questão pra história em jogos de Shoot’Em’Up. Entretanto, difícil não se prender a estética que logo salta aos olhos. O jogo nos transporta para um filme de Ficção Científica dos anos 50. Com um narrador nos apresentando os fatos, o jogador estará diante de uma história intercalada por muitas cutscenes em live-actions bem requintadas trazendo todo o espírito do Cinema da época.


Mesmo com extremos tiroteios acontecendo na tela, o jogo não perde seu lado humorado. Num determinado momento, o personagem diz que não pode demorar na missão porque senão ele vai perder seu programa favorito. Depois, um outro piloto aflito diz que não gosta de grutas e que prefere lutar pelos céus da cidade.


Apresentando uma jogabilidade 2D de rolagem horizontal em meio a uma ambientação 3D típica de jogos como Sine Mora, o jogo traz sua vivacidade mesmo em paisagens matizadas de preto e branco. Enquanto abatemos hordas de discos voadores, é muito bonito ver o céu nublado, grutas cheias de túneis, cidades com pontes e os variados efeitos explosivos ao nosso redor e no fundo da tela.


Como é típico neste gênero, a cada fase avançada mais inimigos poderosos surgem. Além de que muitos cenários realmente nos entregam um verdadeiro Bullet Hell. Para isso, o jogo oferece dezenas de upgrades e melhorias. Entretanto, é preciso alcançar certas pontuações para que essas ajudas sejam desbloqueadas.



Temos direito a duas armas secundárias (como bombas, mísseis teleguiadas, lança-chamas) e também podemos ganhar atributos que garantem desde mais blindagem até maior poder de tiro. Antes de cada missão, o jogador pode ajustar e escolher o que mais lhe convém, pode trocar os equipamentos antes de qualquer missão. Algo que certamente ele testará ao longo do jogo, pois a morte é uma constante em muitas missões.


Outro aspecto importante que engrandece a experiência são alguns inimigos do jogo que dependem de certas estratégias. Alguns podem ser facilmente abatidos usando mísseis, outros dependem que você tenha uma arma que funcione atrás de seu avião porque geralmente eles chegam rapidamente por trás. Os chefes também são desafiadores e bem criativos, exigindo do jogador muita cautela e reflexos.

O jogo oferece dois Modos. O Modo Normal que cada missão terminada conta como feita caso todos nossos aviões sejam abatidos. Os upgrades e melhorias ficam salvos. O jogador pode começar pela última missão onde foi abatido. O Modo Resistência, por sua vez, é totalmente indicado para o jogador hardcore, mais complicado pois, após nosso último avião ser destruído, é preciso recomeçar tudo da primeira missão, tudo alcançado é perdido.


O jogo possibilita dois jogadores em sua campanha. Também não falta o sistema de Rank e a obtenção de estrelas ao término de cada nível (o que vai tomar um tempo maior do jogador que adora troféus e conquistas). Um ponto que fica devendo é que o jogo não determina qual pontuação específica é preciso para obter as 3 estrelas, então, o jogador fica um tanto quanto ansioso se ele está indo bem ou não na missão.


Outra coisa que ficou faltando foi a possibilidade de refazer a missão logo após terminá-la. O jogador precisa quitar o jogo, rever a abertura e selecionar a missão novamente (tudo bem que a ideia é que o jogo seja de forma contínua como um filme).



A versão testada foi a de PS4. Não foram constatados problemas com o aplicativo (fechamentos a todo instante) e com o save do jogo. O frame rate roda bem e os loadings são rápidos. O jogo conta com algumas opções de acessibilidade, o que contribui bastante para o jogador que apresenta problemas de visão.


Alguns pontos negativos, apesar de poucos, não tiram o brilho e de forma nenhuma atrapalham o desafio e a experiência de Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores. Um jogo que continua trazendo o apelo chamativo dos Shoot’Em’Up, que mostra a evolução dos produtores brasileiros de jogos e que casa cinematografia com a arte de jogar.

 

Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores

Squad 51 vs. the Flying Saucers


Plataformas: Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4

Estúdio: Loomiarts

Modo: Shoot’em’up



 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Trailer do jogo:





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