top of page
Foto do escritorEduardo Salvalaio

Em filme mediano, Não se Mexa foca no instinto de sobrevivência e na necessidade de superar o luto

Com belas locações e fotografia convincente, Raimi e sua equipe seguram o espectador pela constante tensão que o filme carrega

Créditos: Netflix/Divulgação


Trabalhar com o luto nem sempre é fácil, sobretudo porque o personagem está numa condição fragilizada e diante dele existe o desafio da superação. O Cinema costuma oferecer produções com essa temática, embora em algumas ocasiões não funcione por completo. É preciso que o espectador seja cúmplice do luto que o personagem enfrenta.

 

Em Não Se Mexa (Don’t Move, 2024) o espectador acompanhará a trajetória de Iris (Kelsey Asbille). Além de ainda sentir a perda de seu filho, precisa lidar com Richard (Finn Wittrock), um assassino frio que pretende matá-la. Para isso, o algoz perseguidor injeta uma substância que gradativamente imobiliza o corpo de Iris.

 

A direção ficou a cargo de Brian Netto e Adam Schindler. Sam Raimi foi um dos envolvidos na produção da película. E sabemos bem como o produtor adiciona ritmo frenético, surpresas e reviravoltas em seus filmes, caso de A Morte do Demônio (1981) e Arraste-me Para o Inferno (2009).

 


Iris, que no início do filme pretende se suicidar pulando do alto de uma pedra, agora se vê diante de uma luta por sobrevivência para não ter um trágico e cruel destino nas mãos de Richard. Aqui vale ressaltar a mescla de galã e de vilão que consegue transformar Finn Wittrock (que já tinha acontecido na série American Horror Story).

 

Imobilizada física e mentalmente (ainda guardando lembranças de seu filho), Iris vai precisar usar os poucos movimentos que lhe restam caso queira escapar. Desde um piscar de olhos até um único dedo que ela possa mexer serão ferramentas úteis para sobreviver numa corrida contra o tempo.

 

Kelsey Asbille (Fargo e Yellowstone), por sua vez, chegou a receber aulas de uma equipe especializada de treinadores que fizessem da imobilização da personagem algo mais real o possível. E conseguiram. Até mesmo seu olhar, enquanto imobilizada, consegue transferir diversos sentimentos, desde raiva até medo. 


Créditos: Netflix/Divulgação

Iris se utilizando dos poucos movimentos que ainda possui, Richard, por sua vez, um meticuloso que abusa do falso bom mocismo. Um embate poderoso, embora seja carregado de velhos clichês: os personagens que surgem (e que infelizmente entram no caminho do vilão), o valioso item que garante a sobrevivência do mais fraco, a oportunidade de criar um contra-ataque quando o inimigo usa um movimento errado. 

 

Com belas locações e fotografia convincente, Raimi e sua equipe seguram o espectador pela constante tensão que o filme carrega (exemplo é a cena dentro de uma cabana). Apesar disso, a trama é mediana, possui alguns momentos radiantes e outros sem brilho (por que o vilão sempre tem algum momento de idiotice quando parecia ser tão perspicaz?).

 

De qualquer forma, o filme foca a questão do luto. De sobreviver e continuar adiante, mesmo após perdas irreparáveis e em meio a condições adversas. O espectador vai encontrar em Iris alguns momentos que passou pela vida. De sair de sua imobilidade e imutabilidade. E se algum personagem faz assim conosco, vale uma sessão mesmo que num dia chuvoso de domingo.

 

Não Se Mexa

Don’t Move


Ano: 2024

Gênero: Suspense, Thriller

Direção: Brian Netto, Adam Schindler

Roteiro: David White

Elenco: Kelsey Asbille, Finn Wittrock

País: Estados Unidos

Duração: 92 min


 

NOTA DO CRÍTICO: 6,0

 

Trailer:



24 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page