top of page

Debbie Harry, 80 anos de beleza perigosa

Debbie não é passado. Ela é combustão contínua

Debbie Harry, cantora do Blondie, em 1979
Debbie Harry, cantora do Blondie, em 1979 - Foto: Maureen Donaldson / Getty Images

Debbie Harry fez 80 anos nesta terça-feira, 1º de julho de 2025. E se a idade é só um número, o dela carrega o peso de uma revolução. Oito décadas de atitude, poesia urbana e provocação vestida de loira platinada. Oito décadas de uma mulher que nunca abaixou o tom, nunca pediu permissão, nunca se curvou.



Debbie não foi só vocalista do Blondie. Foi espírito livre em corpo de estrela. A gata selvagem das ruas de Nova York que usou os porões do CBGB como trampolim para o mundo. Antes de transformar o rock em pista de dança, já era figura viva do underground, cantando com o peito aberto e os olhos bem pintados. Mas foi com Chris Stein — seu parceiro de vida, arte e delírios — que ela encontrou sua verdadeira frequência: aquela mistura incandescente de punk, pop, disco, new wave, reggae e suor.


E então vieram os hinos. “Heart of Glass”, “Call Me”, “Atomic”, “Rapture” — hits que não pediam licença, invadiam o rádio com batida pulsante e sangue nos dentes. “Rapture”, aliás, foi uma das primeiras faixas a levar o rap para o mainstream. Debbie fez isso com naturalidade, com elegância, com veneno. Enquanto muitos mal sabiam o que era um sample, ela já dançava com o futuro.



Com seu corpo magro e sua boca afiada, Debbie quebrou o molde da musa decorativa. Foi ícone porque era perigosa. Porque não aceitava ser só bonita — ela queria ser livre. E foi. Cantando feminismo antes de virarem hashtags, criando espaço para outras mulheres subirem ao palco sem precisar pedir desculpas. Madonna, Gwen Stefani, Karen O, Lady Gaga, Olivia Rodrigo — todas beberam da fonte Debbie Harry, mesmo que nem todas saibam disso.


Aos 80, ela continua sendo um farol. Uma presença viva que desafia o tempo e os clichês. Debbie Harry não envelheceu: ela se expandiu. O olhar continua o mesmo — provocador, indecifrável, meio blasé, meio “vem comigo”. Uma mulher que nos ensinou que estilo é alma, que arte é liberdade e que pop pode sim ser político, sensual e revolucionário.



Debbie não é passado. Ela é combustão contínua. É o som da cidade que nunca dorme, da mulher que nunca se dobra, do rock que nunca será domesticado.


Feliz aniversário, rainha do submundo glamouroso. Que seu brilho nunca seja domesticado. Que sua fúria continue linda.

Comentários


bottom of page