Cyndi Lauper: 72 anos de rebeldia, cor e revolução pop
- Marcello Almeida
- 22 de jun.
- 2 min de leitura
Ela não queria só se divertir. Ela queria mudar o mundo

Cyndi Lauper completa 72 anos hoje. E se o tempo voa, ela aprendeu a voar junto — com botas brilhantes, cabelos fluorescentes e uma garganta que grita por liberdade desde os anos 80. Porque mais do que uma cantora, Cyndi sempre foi um manifesto ambulante. Um furacão de cores contra um mundo preto e branco.
Quando lançou She’s So Unusual, em 1983, o mundo ainda era masculino demais, hétero demais, sisudo demais. Mas aí veio aquela voz esganiçada, doce e selvagem, dizendo que girls just wanna have fun — e o que parecia só diversão logo virou uma bandeira. Era sobre autonomia. Sobre romper o silêncio. Sobre dançar na cara do conservadorismo com saias de tule e rímel borrado.
Cyndi era o oposto da estética Madonna-polida. Era caótica, barulhenta, sem medo de parecer estranha. E talvez por isso tenha sido tão amada pela comunidade LGBTQIA+, que sempre reconheceu nela uma aliada visceral. Muito antes de se tornar moda apoiar causas, ela estava lá: nas ruas, nas campanhas, nas instituições. Fundou a True Colors United para combater o abandono de jovens LGBTQIA+ nos EUA. Subiu no palco, gritou. Nunca se omitiu.
Cyndi Lauper foi e é cultura pop de combate. E não só por hits como Time After Time, True Colors, All Through the Night e Money Changes Everything. Mas porque ela resistiu. Porque foi artista quando ser artista significava ter algo a dizer, a confrontar. Seu visual, sua atitude, sua voz — tudo nela é política e poesia.
Hoje, aos 72, ela não precisa provar mais nada. Mas segue provando. Porque continua subindo no palco, continua dando entrevistas afiadas, continua defendendo os que a sociedade empurra pra margem. E talvez essa seja sua maior revolução: envelhecer sem ceder.
Cyndi não envelhece — ela evolui. Ela segue sendo a trilha sonora das esquisitas, dos românticos, dos dançantes, dos desajustados que nunca se encaixaram, mas que encontraram abrigo em sua música.
Feliz aniversário, Cyndi. Obrigado por transformar a dor em pop, a diferença em beleza, a vida em arte.
True colors are beautiful, like a rainbow.
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