Bruce Springsteen detona Donald Trump em show no Reino Unido: "Autoritarismo e governo traiçoeiro"
- Marcello Almeida
- há 22 horas
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Atualizado: há alguns segundos
Lenda do rock americano convoca resistência democrática em meio à nova turnê europeia

Na noite desta quarta-feira (14), Bruce Springsteen não apenas abriu sua nova turnê europeia em Manchester — ele declarou guerra ao autoritarismo.
Acompanhado da lendária E Street Band, o músico transformou o palco em púlpito político e fez um dos discursos mais ferozes contra Donald Trump desde a ascensão do presidente. Diante de um público tomado pela expectativa, The Boss não titubeou: “Estamos aqui para invocar o poder justo da música, da arte e do rock and roll em tempos perigosos.”
O aviso estava dado. A noite seria mais do que nostalgia ou hits consagrados. Seria, sobretudo, resistência.
“Na minha casa, a América que amo, a América sobre a qual escrevo e que tem sido um farol de esperança e liberdade por 250 anos, está atualmente nas mãos de uma administração corrupta, incompetente e traiçoeira.”
A fala, cortante, arrancou aplausos e gritos de aprovação do público britânico — muitos dos quais, atentos ao cenário político global, viram na fala de Springsteen um espelho das próprias angústias.
Logo depois, veio o chamado direto à ação:
“Esta noite, pedimos a todos que acreditam na democracia e no melhor do espírito americano que se levantem conosco, ergam suas vozes contra o autoritarismo e deixem a liberdade reinar.”
Em um trecho mais íntimo, sentado no centro do palco, Bruce disparou contra os ataques à liberdade de expressão e à justiça social:
“Tem coisas muito estranhas e perigosas acontecendo por aí. Nos Estados Unidos, estão perseguindo pessoas pelo direito à liberdade de expressão. Os homens mais ricos se alegram ao abandonar as crianças mais pobres do mundo à doença e à morte.”
Levantando-se, aumentou o tom:
“Estão se divertindo sadicamente com a dor que impõem aos trabalhadores americanos leais. Estão revogando legislações históricas de direitos civis que construíram uma sociedade mais justa e moral. Estão abandonando grandes aliados e apoiando ditadores contra aqueles que lutam por liberdade.”
A cena lembra a histórica apresentação de Springsteen em 2016, quando, após a eleição de Trump, abriu um show com uma “oração de luta” pelos EUA. Desde então, o artista vem se posicionando abertamente contra o presidente, a quem já chamou de “mentalmente doente”, além de ter apoiado Kamala Harris nas eleições e se apresentado em comícios democratas.
O show de Manchester é apenas o começo. A turnê segue até julho, com novas datas no Reino Unido e outras capitais europeias — e a julgar pela estreia, Bruce Springsteen não pretende silenciar sua voz nem seus riffs diante da escalada global do extremismo.
Quando a democracia sangra, é o rock que grita por ela.