Black Paradox é o tipo de jogo em que é fácil absorver suas técnicas logo nos primeiros minutos. Da mesma escola dos clássicos R-Type e Gradius, seguimos em movimento horizontal eliminando hordas de inimigos, conseguindo armas melhores até chegar ao final do nível onde um chefe perigoso nos aguarda. Ações básicas: atirar, soltar o especial decisivo na parte mais desafiante e desviar de inúmeros projéteis para ficar vivo no máximo de tempo possível. Simples assim.
Um gênero que muitos chamam de Shoot’em Up ou mesmo de Side Scroller Shooter. Não importa. Jogadores veteranos já sabem com que estão lidando. Os mais novos aderem por conta da jogabilidade simples, porém viciante. Dividido em 7 fases, o jogo é bastante curto e a campanha pode ser finalizada em 20 minutos. Mesmo assim, o jogador necessitará jogar muitas vezes, pois começa com uma nave bem fraca, como é típico nesses jogos.
Tudo em Black Paradox remete ao saudosismo dos anos 80. O visual pixelizado, a trilha sonora recheada de Synthwave, o apelo com os antigos jogos de fliperama onde cada ficha comprada precisava valer a pena. A homenagem à década 80’s é tanta que até a nave que pilotamos é idêntica ao DeLorean, carro famoso usado pelo personagem Marty McFly na franquia dos filmes 'De Volta Para o Futuro'.
A cada jogatina, passar por mais níveis é essencial para aprender o movimento dos chefes e inimigos, bem como para ganhar créditos e poder comprar, no menu, chips que aumentam velocidade, saúde, taxa de tiros e dano de ataque. Com ideias emprestadas de um RPG, cabe ao jogador encaixar 4 chips para melhorar os atributos de sua nave. O jogador tem a capacidade de trocar os chips, bem como pode armazená-los para futuras tentativas. É necessário testar diversas configurações até encontrar alguma que lhe atenda melhor, o que muitas vezes pode acabar em desastre ou em sucesso, tudo depende da combinação realizada.
Passando de fases, o jogador adquire duas armas que podem ser trocadas conforme um botão é pressionado. O jogo trabalha de forma aleatória, então, nem sempre as melhores armas podem surgir logo. Interessante é que cada cenário alcançado oferece outras possibilidades de armas, então, caso você não goste daquela que está usando, pode livremente trocar por outra. Muito incentivador esse sistema, pois sempre pode virar a situação do jogo.
Além disso, ao passar por cada chefe, o jogo oferece recursos extras para o jogador escolher para a próxima fase, entre eles,: drones que curam, drones com metralhadoras, mais poder de ataque, mais velocidade, etc. Típico formato 1CC (1 Credit Clear), Black Paradox precisa ser terminado com apenas uma vida, contudo, a cada início de fase o sangue é reabastecido totalmente e também pode ser recuperado conforme algum inimigo é abatido, caso o jogador tenha sorte de surgir orbes de saúde.
Claro que existem alguns aspectos negativos. Faltou um modo de Time Attack. O jogo não tem escolha de dificuldade, o que pode não agradar muitos jogadores que sempre querem um desafio a mais em dificuldades mais altas, exemplo do que aconteceu em jogos como Sky Force onde 4 dificuldades podiam ser escolhidas.
O jogo é curto e por vezes até repetitivo. Poderia ter mais fases e naves para desbloquear o que acrescentaria sua longevidade. Todavia, ele pode ser até mais durável caso o jogador corra atrás da Platina (PS4) ou das conquistas (Xbox One), isso porque terá que jogar várias vezes para conquistar os desafios propostos.
A italiana Fantastico Studio que também havia lançado o divertido e humorado Rainbows, Toillets And Unicorns parece estar empolgada com o gênero. Quem sabe não podemos esperar por mais jogos desse nível ou mesmo uma continuação de Black Paradox, com muito mais conteúdo jogável?
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SOBRE EDUARDO SALVALAIO:
Um cara da área Civil mas que nos momentos de folga tem um tempo para a escrita. Fã da arte de um modo geral, acha que com ela podemos tirar um pouco os dissabores da vida. Livros, discos, filmes, jogos: um arsenal do qual não abre mão.
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