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A Hat In Time: chapéus com habilidades, portais e a herança viva dos jogos plataforma/3D

Os ingredientes que conquistaram os jogadores de uma época estão presentes. Muitos se sentirão confortáveis com esse fato.

Foto: Gears For Breakfast


Muitos jogadores marcaram sua história nos consoles durante os 90’s com jogos como Gex: Enter The Gecko (1998) e Spyro The Dragon (1998). Tais jogos apresentavam um mundo livre em 3D para ser explorado, com uma perspectiva em terceira pessoa e ainda abraçavam a velha fórmula dos jogos de plataforma. Organizado por fases, o nível de dificuldade aumentava gradativamente com inimigos mais fortes e cada vez mais exigindo pulos precisos e calculados.


Nos consoles atuais, esse gênero de jogo seguiu adiante, apesar de não ser mais tão querido entre a geração nova de jogadores e teve que dividir os holofotes entre outros nomes de maior peso como Call Of Duty, Fortnite e Fifa. Os jogos de plataforma tiveram um leve declínio de preferência geral, porém nunca perderam seu charme por completo e continuam com a capacidade de atrair o jogador curioso que aceita um desafio.



Dessa forma, sempre existe uma aposta que chega no mercado, podendo cair ou não no gosto geral e se tornar a mais nova grande sensação. Em 2017, a desenvolvedora indie dinamarquesa Gears For Breakfast chegou com A Hat In Time. Primeiramente, para os computadores. Em seguida, a americana Humble Bundle lançou o jogo para os consoles PS4 (versão testada), Xbox e Nintendo Switch.


Como todo jogo novo vem influenciado pelo passado que o gênero construiu, não faltaram comparações com Super Mario 64 (1996) e Banjo-Kazooie (1998). Então, é preciso começar A Hat In Time pensando em todo seu processo criativo que, apesar da forte inspiração sofrida por grandes jogos que permanecem inabaláveis na memória do gamer, traz seu jeito peculiar em muitos aspectos que possui.



Os ingredientes que conquistaram os jogadores de uma época estão presentes. Muitos se sentirão confortáveis com esse fato. Mas, o que dizer de ter que passar novamente por uma fase (que se reestrutura) porque simplesmente fomos enganados ao final de outra fase? Ou então, passar por uma mansão mal-assombrada com um inimigo invencível em nosso encalço?


Cercado de humor e ironia, de mundos para explorar e cheio de referências a outros jogos (seria o mundo de Alpine Skyline uma homenagem a Bioshock Infinite?), A Hat In Time convence também em sua jogabilidade simples, embora funcional.

Claro que alguns acessórios chegam após um tempo como a sombrinha que vai servir de espada improvisada e o gancho que vai nos auxiliar para a captura daquele objeto distante e tão alto. Mas, como todo jogo desse gênero, é preciso paciência, avançar na narrativa e refazer algumas fases outras vezes.



Outro destaque são os chapéus. São eles que garantem as habilidades que nossa querida personagem vai adquirindo. Eles não estão ali apenas como ornamentos. Desde o chapéu que te transforma numa estátua de gelo até aquele que para o tempo por alguns segundos, depende do jogador saber a hora certa de ativá-los (e eles tem um tempo de carregamento).


Todavia, o jogador não receberá esses chapéus facilmente. É preciso explorar bastante cada cenário, cantos, passagens escondidas, plataformas mais altas para encontrar novelos de linha. Depois de coletar esses objetos, o jogador tem direito a fazer os chapéus. Ou seja, não adianta passar pelo jogo na correria e sem se importar com os coletáveis, pois eles adicionam forte estratégia para futuros chefes e desafios (inclusive se você busca a platina do jogo).



Outros acessórios indispensáveis em nossa jornada são as badges. Essas podem ser compradas conforme coletamos pons verdes (espécie de moeda do jogo). Elas podem garantir várias ajudas para o personagem ou até mesmo acrescentar mais desafios ao jogador hardcore (como a badge que, se usada, deixa o jogador morrer após um hit tomado).


Ao avançar em algumas fases da história, o jogo permite acessar Time Rifts, que, na verdade, são níveis extras. Entretanto, esses portais estão escondidos pelos mundos. O jogador precisa ver a foto da localização do portal na seleção de fases e sair à procura dele, propiciando assim mais exploração e senso de investigação.

Outra coisa interessante é que podemos fazer as fases do mundo numa ordem aleatória, não precisamos seguir uma linearidade obrigatória. Contudo, para abrir alguns níveis, é necessário ter um número determinado de ampulhetas (conquistadas após fechar cada fase). Pelos cenários também temos pedaços de relíquias espalhados para procurar. Depois de encontradas, essas relíquias garantem mais quatro fases extras.



Se um jogo exige partes de plataforma, então a movimentação, sobretudo os pulos do personagem, precisa ser eficaz. A Hat In Time tem um pulo duplo perfeito que ainda permite, no final do segundo pulo, usar o famoso dash (espécie de corrida aérea). Tudo com uma combinação fácil de botões e que permite alcançar muito bem longas distâncias de plataformas.


Dois aspectos que não agradaram. A câmera desajustada em certos momentos, sendo necessário parar a personagem e ajustar um melhor ângulo para não errar o movimento (tudo bem que esse problema de câmera é um obstáculo que sempre acompanhou o gênero). Outra coisa que pode desanimar é a falta de orientação para os objetivos de algumas missões. Claro que os criadores quiseram algo que testasse bastante a intuição do jogador, mas para a nova geração isso pode ser irritante, sobretudo porque o jogo possui mundos abertos com muitos detalhes e itens para coletar.



A Hat In Time é riquíssimo em detalhes, embora possa não parecer. Tem seus mundos vivos e coloridos que trafegam por vários cenários, desde os tempos da Máfia até o universo macabro dos jogos de Terror. Com uma história um tanto quanto nonsense, é um jogo bem humorado e desafiante apresentando personagens marcantes (mesmo os chefes de fase) e muitas passagens inusitadas (como um trem que vai explodir em dois minutos e que precisamos correr contra o tempo para evitar a tragédia).


O jogo está gratuito para os assinantes da PSN Plus Extra e Deluxe. Para quem adora desafios a mais, ele também já conta com duas DLC’s: Nyakuza Metro e Seal The Deal (não inclusas na gratuidade do jogo base).

 

A Hat In Time


Lançamento: 5 de outubro de 2017

Desenvolvedor: Gears for Breakfast

Plataformas: PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One

Modo: Jogo Multijogador


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Trailer do jogo:


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