O filme lembra uma antiga Sessão da Tarde onde éramos felizes sem exigir muito.
Filmes com dinossauros ainda são capazes de conquistar o publico cinéfilo, sobretudo o infantil. Talvez porque essas criaturas continuam tão enigmáticas e não existem mais entre nós. E eles já apareceram como imponentes e temíveis (a série Jurassic Park) ou mesmo como graciosos e aventureiros a exemplo da animação Em Busca do Vale Encantado (1988).
No início de 65 – Ameaça Pré-Histórica, há uma breve explicação de que civilizações conseguiram explorar o vasto espaço e encontrar outros planetas. Entretanto, sem mais delongas e sem ficar muito preso em explicações absurdas de Sci-fi, o espectador se depara prontamente com o protagonista Mills (Adam Driver) que precisa fazer uma viagem rentável para conseguir dinheiro e ajudar no tratamento da filha doente. Por azar, a nave que transportava Mills e mais alguns tripulantes sofre uma avaria durante a viagem e cai num planeta desconhecido.
Então, na verdade, o experiente piloto Mills é praticamente um intruso neste planeta, pois ele sequer sabe o que encontrar após a queda da nave. Sabe que a atmosfera do lugar é respirável, porém desconhece os perigos que o espreitam. E também precisa encontrar a nave de fuga, única chance que tem para sair desse planeta.
A presença de Koa (Ariana Greenblatt), uma garotinha e a única sobrevivente da tripulação, faz com que o piloto parta em uma jornada delicada para encontrar a nave que os fará sair desse lugar e sobreviver a um território hostil e desconhecido. Mesmo munido de equipamentos de alta tecnologia como arma potente, radar que distingue até se uma fruta é comestível ou não e esferas explosivas, a dificuldade persistirá em cada avanço de terreno.
Se em Jurassic Park temos dinossauros cientificamente trazidos à vida cuja exposição aos humanos não deu tão certo assim, no filme dos roteiristas e diretores Scott Beck e Bryan Woods (os mesmos por trás de Um Lugar Silencioso), os animais são os donos soberanos de um planeta. O filme coloca Mills e Koa como alienígenas e os dinossauros como aborígenes, invertendo assim os papéis comumente vistos em muitas películas (onde os humanos são geralmente os seres dominantes e nativos).
O piloto e a garota precisam sobreviver num cenário inóspito, pois assim é a natureza dos animais e esse é o território livre deles. O filme traz velhos conhecidos como o gigante Tiranossauro Rex, mas extrapola em outros como um dinossauro agressivo que mais parece um dragão de Komodo bastante crescido.
Apoiado por ação, momentos tensos, cenários que escondem perigos a cada passo e constantes perseguições entre predador e suas presas, 65 – Ameaça Pré-Histórica não apresenta nada novo e se segura por velhos clichês do cinema que ainda fazem o espectador se surpreender: a arma que funciona na hora certa, o animal que ataca de repente após a calmaria, a corrida contra o tempo, a ajuda que surge nos últimos segundos.
Sem recorrer a exageros de sangue e carnificina, sem ficar preso a questões científicas, trabalhando numa visão de universo fictícia bem diferente da nossa e focando no entrosamento entre Mills e Koa (cuja amizade cresce gradativamente, outro clichê explorado), esse é um filme para a família, ideal para um fugaz entretenimento de um domingo vespertino. Até me lembrou dos filmes de Aventura de uma antiga Sessão da Tarde onde éramos felizes sem exigir muito.
65 – Ameaça Pré-Histórica
Ano: 2023
País: EUA
Direção: Scott Beck, Bryan Woods
Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods
Elenco: Ariana Greenblatt, Adam Driver
Duração: 93 min
Classificação: 12 anos
NOTA DO CRÍTICO: 5,5
Trailer do filme:
Nota: 5,5
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